Esse capítulo me lembrou muito de uma história aqui do nordeste do Brasil, "a mulher da capa preta" como é conhecida aqui em Alagoas
A Mulher da Capa Preta
Era uma noite fria e chuvosa quando um taxista rodava pela cidade em busca de passageiros. Já era tarde, e as ruas estavam quase desertas. Foi então que ele viu, parado na calçada sob um poste de luz fraca, uma mulher misteriosa vestida com uma capa preta e um longo véu escuro cobrindo seu rosto.
Ela extraiu a mão, chamou o táxi. O parou e perguntou para onde o motorista queria ir. Com voz baixa e suave, ela respondeu:
— Para o cemitério, por favor.
O taxista achou estranho, mas não fez perguntas. Durante o trajeto, tentei puxar conversa, mas a mulher ficou em silêncio, imóvel. O único som no carro era o da chuva batendo no vidro.
Quando chegou ao cemitério, a mulher entregou ao taxista uma nota de dinheiro dobrada e saiu do carro sem dizer nada. Ele esperou um momento, mas, ao olhar pelo retrovisor, não viu mais ninguém. Curioso e inquieto, desceu do carro e caminhou até o portão do cemitério, olhando para dentro.
Foi então que um frio percorreu intensamente sua espinha. No meio das lápides, ele viu a capa preta da mulher sumindo entre os túmulos. Confuso e assustado, ele olhou para a nota de dinheiro que segurava... e sentiu o sangue gelar: a nota estava velha, amarelada, e, no lugar do valor impresso, havia uma inscrição:
"Obrigado por me levar para casa."
No dia seguinte, ainda perturbado, o taxista contou sua história para alguns amigos no bar. Um senhor de idade ouviu atentamente e perguntou:
— A mulher usava uma capa preta e um véu?
O taxista confirmou, e o velho suspirou:
— Essa mulher morreu há anos. Dizem que, toda noite chuvosa, ela pega um táxi para voltar ao cemitério... mas nunca paga com dinheiro deste mundo.
Desde então, o taxista nunca mais trabalhou à noite, e muitos motoristas evitaram atender passageiros sozinhos nas ruas escuras. Afinal, nunca se sabe quando a Mulher da Capa Preta pode precisar de uma carona para "casa"...